É bom sair atrás de umas boas imagens daqui, ver a cidade de outros pontos de vistas que no dia-a-dia não se vê. Escolher um lugar e explorar todos os ângulos, estudar os detalhes. Mas não tive tanta disposição. A verdade é que o pouco tempo que me disponibilizei para furtar a beleza daqui me rendeu fotos boas, mas queria mais. Outrora essa busca por cenários da cidade me fizera perceber que existem sim, muitos lugares bons. Assim foi que comecei a fotografar paisagens urbanas em vez de pessoas, nas ruas, mas não é uma limitação.
Achei um senhor maltrapilho, olhando carros na rua, sentado, com uma bengala de madeira e um cigarro inchado de fumo. Aproximei para pedir-lhe licença para uma foto e daí se iniciou uma conversa bastante pessoal dele. Seus olhos vermelhos denunciavam seu estado psiquico. Sua língua albina denunciava o tempo que se passou naquele estado. Falava de sua pobreza, de seus amigos muito bem vestidos Silvio Mendes e Firmino, com suas promessas. Falava do seu antigo trabalho de carroceiro, quando mais jovem. Finalizou a pedir que eu voltasse, que paguei a foto pelo meu papel de ouvinte na conversa, mas que ele não podia aparecer assim, pois outrora ele fora muito bem vestido e suas melhores roupas estavam em casa. Disse mais. A foto seria mostrada a seus amigos bem vestidos, e diria: "um amigo meu que tirou".
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É, eu fui alugado. Daí eu percebi que para cada criatura que eu fosse pedir para tirar foto, eu teria um tempo a menos e talvez até moral a menos. Então fui tirar fotos de objetos estáticos.
sábado, 25 de agosto de 2007
8bits
Oito bits de cor lorida.
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