quinta-feira, 30 de agosto de 2007

Crepúsculo

Quando seis horas da tarde, o céu já se dividindo entre o dia e a noite, o sol já repousando atrás de altos montes, pego meu veículo não automático para me distanciar de casa, que nesse momento pega fogo; tantas energias e movimentos de atrito.

O solo do asfalto ainda guarda o reflexo do dia quente, expulsando a umidade da noite, que se sustenta em nuvens dissipadas na atmosfera. O ar seco me dificulta a respiração, me traz sede, não me permite suar uma gota e deixa meu corpo ferver tanto quanto minha mente.

De água não precisava. Precisava de voltar para casa e expulsar meus demônios, mas a ventania não chegava. Até que o ar se tornasse úmido, o asfalto concluisse sua reflexão do dia, as nuvens se concretizassem, assim me permitindo abstrair em vez de sustentar minha ira, minha casa viraria cinzas.

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